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A violência contra o idoso

É fato que muitos idosos são deixados em lares devido à violência. Entenda um pouco da violência contra o idosos e suas principais ocorrências no infográfico abaixo:

A depressão no idoso institucionalizado

A falta de assistência da família é um dos principais problemas dos lares de idosos. Essa situação pode, muitas vezes, desencadear e agravar diversos distúrbios psicológicos nos idosos. Segundo uma pesquisa feita em 2002 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), 25% das pessoas com idade superior a 65 anos possuem algum problema psíquico, sendo a depressão o mais frequente até os 75 anos.

 

A OMS considera, também, que 12% a 16% dos idosos institucionalizados possuem depressão. “Tem uma idosa aqui (no Lar Três Irmãs) que tem depressão em alto grau, e eu, observando o comportamento dela por um mês, resolvi exigir dos filhos dela a visitação com mais frequência. Não adianta a casa fazer a parte dela, se o lar, que é a família, não faz” declara o Assistente Social Marcos.

 

“Tem uma idosa aqui (no Lar Três Irmãs) que tem depressão em alto grau, e eu, observando o comportamento dela por um mês, resolvi exigir dos filhos dela a visitação com mais frequência. Não adianta a casa fazer a parte dela, se o lar, que é a família, não faz” (Marcos Cunha)

 

Mesmo com o apoio de diversos lares de idosos, segundo um estudo feito por Brown nos Estados Unidos, em 2002, a depressão institucionalizada continuará sem diagnóstico e tratamento por falta de equipes especializadas e preparadas nas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI). Para a Psicóloga Clínica, especializada em relacionamento familiar, Vanuza Ferraz, 49, é de fundamental importância que a família proporcione uma acolhida saudável ao idoso, a fim de que o estreitamento desses relacionamentos lhe proporcione uma boa qualidade de vida.

ILPIs
Depressão
Dificuldades

As Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs)

“A impossibilidade de assistência familiar, a iniciativa própria, o abandono do idoso em hospitais, ruas e praças e a inexistência de familiares próximos são os quatro principais motivos para a inserção dos idosos nos asilos”, conta a Assistente Social Karine Holanda, 25, que trabalha no Lar Torres de Melo. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), cerca de 83 mil idosos vivem em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), sejam eles públicos ou privados.

 

Mesmo em lares públicos, o idoso que possui aposentadoria contribui com até 70% de sua renda, como está previsto no Estatuto do Idoso. Essa situação ocorre, principalmente, devido aos diversos cuidados especiais que muitos residentes dos asilos precisam ter. No entanto, as necessidades dos idosos, diversas vezes, são mais caras do que o dinheiro que é contribuído pelo idoso, fazendo com que diversos lares precisem viver de doações. “A gente passou e ainda passa por momentos difíceis, porque são eles (os idosos) que mantêm a casa com o Benefício Assistencial ao Idoso e à pessoa com deficiência (BPC), com a aposentadoria ou com a pensão deles. Mas, como a maioria dos idosos viviam em situação de risco, muitos sendo explorados financeiramente, a situação fica difícil”, disse o Assistente Social do Lar Três Irmãs, Marcos Cunha, 45.


Apesar de algumas vezes faltar alimentos específicos, como o peixe, sabonete líquido e  “luxos” para os idosos, os asilos proporcionam boa qualidade de vida para os moradores. Para Marcos Cunha “a casa tem carinho, proteção, alimentação e segurança, mas não adianta a casa fazer sua parte se o lar não faz. O lar deve proporcionar amor, afetividade e família. A gente dá todos os sentimentos para eles (os idosos), mas a gente não é a família”.

 

“A casa tem carinho, proteção, alimentação e segurança, mas não adianta a casa fazer sua parte se o lar não faz. O lar deve proporcionar amor, afetividade e família. A gente dá todos os sentimentos para eles (os idosos), mas a gente não é a família” (Marcos Cunha)

 

No entanto, muitas vezes, a família não dá assistência, cuidado, companhia e amor ao idoso, principalmente, porque este foi abandonado. O Disk 100, apenas em 2015, recebeu 62.563 denúncias de violência contra o idoso. Desse número, 39% (cerca de 24.500 denúncias) eram sobre a negligência.

O papel do assistente social nos lares - Marcos Cunha
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Violência

Lar de Idosos

A vida do idoso institucionalizado

A dificuldade de adaptação

Os idosos, muitas vezes, saem de um lar com total atenção e apoio para uma ILPI. Essa situação cria uma grande dificuldade de adaptação. “A partir do momento em que o sujeito deixa a sua própria residência, não deixa de lado apenas seus bens pessoais, mas também significados de uma vida inteira, o que causa efeitos no emocional do internado que precisa se adaptar a uma nova realidade”, conta a psicóloga Vanuza Ferraz

 

Quando o idoso é transferido para uma instituição, ele sai de uma posição teoricamente boa em sua família e em sua casa para um lar que ele não é o único que precisa de atenção, tendo que dividir sua realidade com muitas outras pessoas em sua mesma situação. “Essa adaptação a uma nova situação marcada pela velhice leva a pessoa idosa a uma perda de posições na família, na sociedade, que é mais ainda sentida por ocasião da transferência para um asilo. A partir do momento em que o sujeito é considerado velho, novas organizações da vida são pensadas para ele, começando pelo espaço na própria casa, entre seus familiares”, continua a psicóloga.

 

“Essa adaptação a uma nova situação marcada pela velhice leva a pessoa idosa a uma perda de posições na família, na sociedade, que é mais ainda sentida por ocasião da transferência para um asilo. A partir do momento em que o sujeito é considerado velho, novas organizações da vida são pensadas para ele, começando pelo espaço na própria casa, entre seus familiares” (Vanuza Ferraz)


Apesar de grandes dificuldades enfrentadas pelos idosos institucionalizados, como a perda de posição familiar, o compartilhamento de quartos, faltando, em muitos casos, privacidade, o horário marcado para todas as atividades e a perda significativa da individualidade, a adaptação pode ser benéfica. O Assistente Social Marcos Cunha conta que Dona Luísa, uma idosa de 76 anos de classe média alta, foi para o Lar Três Irmãs e, acostumada a ter tudo em suas mãos, era extremamente dependente. Porém, com a institucionalização dela no lar, Dona Luísa aprendeu a fazer atividades que não era capaz de fazer antes da adaptação.

Daniel, 67, levou um choque e teve Alzheimer forçada. O idoso, por receber apenas comandos, precisa de cuidados especiais, porque já teve vezes em que ele estava levantando outros idosos apenas por ele ter recebido comandos.

Duas histórias de vida 

Para Vanuza Ferraz, a perda do espaço que o idoso considerava seu e não poder individualizar seus seu tratamento para que sejam atendidas todas as suas necessidades e gostos leva o idoso a uma desorganização de valores e desejos. No entanto, apesar de diversas vezes, a pessoa de maior idade institucionalizada não possuir tratamentos diferenciados para cada personalidade, é extremamente perceptível a individualidade de cada idoso, pois cada um tem uma história diferente.

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A idosa da esquerda, Dona Luísa, já citada anteriormente, tem 76 anos e é solteira. Simpática e consciente, a idosa adora conversar. Ela cuidou de toda sua família, mas, os familiares foram falecendo aos poucos até sobrar apenas uma filha. A filha, por não conseguir conciliar o trabalho e os cuidados que Dona Luísa precisava, colocou-a no Lar Três Irmãs. Por vir de uma família de classe média alta, ela possuía tudo ao alcance de suas mãos e era extremamente dependente. Com a adaptação na instituição, ela aprendeu a fazer diversas atividades cotidianas sozinhas.

 

A idosa da direita, Dona Rita, tem 80 anos. Ela sempre viveu sozinha e solteira. Ela tinha um linfoma no cérebro, mas que foi retirado. No entanto, o processo cirúrgico causou um distúrbio psicológico nela e, aos poucos, ela está perdendo suas capacidades motoras e de falar e gesticular. Hoje em dia, apesar de rir e responder a conversas, ela é dependente grau três, ou seja, Dona Rita precisa de um cuidador para ajudá-la em todas as suas tarefas.

Dona Luísa, Euracir e Dona Rita com seus respectivos travesseiros personalizados.

Os talentos nos lares

Muitas Instituições de Longa Permanência para os Idosos estimulam os talentos e as atividades culturais de seus moradores. O Lar Torres de Melo, por exemplo, possui voluntários que ensinam os idosos diversas artes, como tocar flauta, violão, cantar e etc. Confira o vídeo abaixo com um pouco dos talentos vistos.

Contatos

Para doações e visitas:

 

Lar Torres de Melo

Rua Júlio Pinto, 1832 - Jacarecanga, Fortaleza

Telefone: (85) 3206-6750

Horário de visita: 13h às 16

 

Lar Três Irmãs

Rua Gustavo Braga, 140 - Rodolfo Teófilo, Fortaleza

Telefone: (85) 3023-3343

Horário de visita: 15h às 17

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